Leão da MGM ameaçado


A sitiada MGM recebeu mais dois meses de prazo de seus credores para tentar organizar uma venda ou uma reestruturação. O acordo foi anunciado nesta sexta, em nota divulgada pela empresa. O prazo máximo para que a MGM quite os juros em cima de suas dívidas é 31 de março de 2010.
Esta jogada não é surpreendente. É a terceira extensão garantida à companhia nos últimos meses pelos credores, enquanto a MGM - lutando contra uma dívida de US$ 3,7 bilhões - tenta encontrar um comprador. A última extensão venceria neste domingo.
"Os credores fizeram isso para apoiar o esforço da companhia para fortalecer sua posição financeira e facilitar o processo em andamento de explorar alternativas estratégicas, que incluem continuar a operar como uma entidade única e avaliar a potencial venda da companhia", declarou o estúdio em nota. "A MGM aprecia o apoio de seu grupo de credores".
Este foi o primeiro pronunciamento da MGM desde 18 de janeiro de 2010, quando anunciou que começaria a segunda rodada de seu processo oficial de busca de um comprador. Nesta sexta, o estúdio indicou que não está nem perto de concluir este processo, que inclui permitir que possíveis compradores qualificados avaliem as finanças internas da MGM.
"A MGM também reitera hoje que começou a segunda fase do processo de fusão e aquisição e que está permitindo que grupos seletos e que forneceram lances avaliem as finanças da empresa", declara ainda a nota. "Esta fase do processo deve durar algumas semanas".
A MGM não revelou a identidade dos compradores ou a faixa de preço das ofertas. A Time Warner, a indiana Reliance Entertainment, a Lionsgate, a AT&T, a Liberty Media, a Summit Entertainment e a News Corp. estão entre os compradores mais prováveis. Mais de 12 companhias assinaram acordos sigilosos permitindo que eles avaliem as finanças internas da MGM.
Os bens da MGM incluem uma biblioteca de 4 mil títulos, o direito de fazer novos filmes de James Bond e da Pantera cor de rosa, o logotipo com o leão, as operações da United Artits e direito à metade dos dois filmes de O hobbit.
A companhia se pôs à venda em 13 de novembro de 2009, com o banco de investimento Moelis & Co cuidando do leilão. A MGM lançou apenas um filme - um remake de Fame - no ano passado. Os 140 credores da MGM estão adiando a cobrança das dívidas para permitir que o processo de leilão se desenvolva. A MGM também enfrenta taxa extra de US$ 1 bilhão de juros em cima de sua já alta dívida de US$ 3,7 bilhões, que deve ser pago em julho de 2011. No começo de abril, a companhia deve quitar uma linha de crédito no valor de US$ 250 milhões.
A MGM foi repartida em 2005 por um consórcio liderado pela Sony, a Providence Equity Partners, o Texas Pacific Group e Comcast, com o grupo pagando US$ 2,85 bilhões e assumindo uma dívida de US$ 2 bilhões como parte da compra.

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